27/08/2010

O museu foi pro museu

Imagine uma mão escrevendo à mão. Com caneta, papel e caligrafia. Nunca vai desaparecer porque as coisas não desaparecem, se escondem. Mas eu mesma, tentei escrever um diário pra você à mão, mas não estou conseguindo. Hoje a gente digita. Futuramente talvez apenas mentalize. Ou quem sabe seus netos voltem a escrever com pena de ganso. É bonito ver uma coisa manuscrita, parece que vem com mais sentimentos. Mas, por outro lado, nunca escrevi tanto pra tanta gente agora que temos a internet. Uma coisa paga a outra.
Vovó fotografou um monte de coisas pra você ver.
Algumas já estão nos museus: máquinas de costura manuais, relógios de cuco, balança de pesinhos, telégrafos, máquinas de escrever, telefones de manivela, projetor de slides, o próprio slide, ferro de passar roupa movido a carvão, fichas de telefone, rolos de filme, fogareiros, vitrola e som de carro imenso.
Além de capas de disco de vinil do Elvis Presley e outras coisas das quais até me esqueci o nome ou pra que servia.
Hoje os objetos vão para o museus rapidamente. Pensou em compra, não comprou, já surgiu um modelo novo e o que você queria já foi pro museu. Ou nem foi, porque hoje a ideia de museu não é mais lugar de coisas velhas, mas de coisas novas interagindo. O próprio museu foi pro museu.
Os objetos de antigamente eram bonitos, e hoje enfeitam nossas casas, trazendo o passado de volta.
Ou, quem sabe um dia, num futuro longínquo, ainda redescobriremos estas desutilidades.
O tempo dirá.

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